Cidade do México, 13 de fev (Prensa Latina) A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, destacou hoje a existência de um crime organizado nos Estados Unidos dedicado ao narcotráfico e reiterou que Washington deve agir contra esse fenômeno em seu próprio território.
“O que temos dito é que também há crime organizado nos Estados Unidos e há americanos que vêm ao México com essas atividades ilegais”, disse a presidente durante seu encontro regular com jornalistas.
“Por qe dizemos isso? Porque senão, quem distribuiria? Quem distribuiria fentanil nas cidades dos Estados Unidos? Porque a questão não é só que as drogas passem do México (…), mas quem distribui essas drogas nos Estados Unidos para o lamentável grande consumo” ali, questionou.
Segundo ele, é isso que seu governo vem propondo quando fala de colaboração e coordenação.
Washington não só colabora com informações e inteligência para prisões neste país latino-americano – explicou – mas também faz seu trabalho nos próprios Estados Unidos para prisões que visam prevenir o tráfico de drogas em sua nação.
O dignitário lembrou que o principal consumo de drogas no mundo está no vizinho do norte e “muitos dos problemas de crime organizado que ocorrem têm a ver” com essa situação.
“É por isso que a colaboração e a coordenação são importantes. E não só pensar que o crime organizado está no México e que é preciso tomar medidas no México para impedir o narcotráfico – o que deve ser feito, ninguém está negando – mas também é preciso tomar medidas nos Estados Unidos”, disse ele.
Na sua opinião, se há transferência de drogas daqui para lá e também de armas de lá para cá, “é evidente que há cidadãos envolvidos destas e provavelmente de outras nacionalidades”.
Ele mencionou o caso de um suposto criminoso que foi preso ontem e que tem uma ordem de extradição dos Estados Unidos.
“Costumamos falar de mexicanos que estão ligados ao crime organizado e que têm ordem de extradição. Neste caso, é uma pessoa dos Estados Unidos que tem uma ordem de extradição (…). Então, é um reconhecimento de que temos que colaborar”, disse ele.
Na semana passada, Sheinbaum pediu às autoridades do país vizinho que começassem a agir em seu próprio país para combater o tráfico de fentanil, em resposta a uma pergunta sobre um memorando dos EUA ordenando a eliminação total dos cartéis.
“Comece pelo seu país. Claro que coordenaremos e colaboraremos, mas, como eu disse em 5 de fevereiro, nunca haverá subordinação ou interferência”, enfatizou, observando que o vizinho do norte tem muito a fazer em seu próprio território.
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